terça-feira, 15 de outubro de 2024

ACARI NEWS: EDIÇÃO "GOLPE DOS ACESSOS"

Foi um longo período de muito oba-oba nas redes sociais, postagens com conteúdos diversos, promoções, além de conversas macabras para impedir o crescimento de outras pessoas que lutaram por um espaço na blogosfera local. Tudo para que poucos se destacassem no cenário e fossem os "mais famosos", os mais "patrocinados".

Vamos tomar uma situação fictícia como exemplo. Numa estratégia baixa, junto com meia dúzia de comparsas que logo foram sendo "rebaixados", um cidadão jogou aos quatro cantos que tinha 1 milhão de acessos por dia no seu blog. Isso criou um frisson nas pessoas, abriu os olhos dos empresários e logo alcançou o objetivo: GRANA!. O problema é que tudo não passou de uma ilusão.

E todo mundo caiu no golpe, com um esquema muito simples. Vamos explicar.

No início de 2010, quando os blogs locais começaram a surgir, existia uma busca incessante por acessos, visitas às páginas dos "blogueiros". Na época, era muito difícil ter todo esse acesso, principalmente em cidades do interior, já que os planos das operadoras de celular ofereciam pouquíssimas vantagens aos clientes, como apenas 100MB por recarga, por exemplo. Para acessar algumas postagens de um blog, os míseros 100MB eram utilizados rapidamente, o que deixava o cidadão sem internet, até a próxima recarga de créditos no celular. E o principal aplicativo que era febre naquela época, o WhatsApp, também ficava sem uso, assim como o Facebook, em ascensão.

A pergunta é: quem ia querer acessar uma postagem de blog e ter que realizar outra recarga para continuar usando o WhatsApp e o Facebook? Pois é.

Mas uma outra situação indicava a lorota. O Google Chrome oferece algumas "extensões", aplicativos que servem para auxiliar nas atividades de quem trabalha com internet. Algumas são ferramentas que atualizam as páginas do navegador, de acordo com as configurações de quem utiliza.
Extensões de atualização automática de páginas (Chrome).

Funciona da seguinte forma:

1- O dono do blog publica uma matéria;

2- Ele abre várias abas no navegador, tanto da matéria, quanto da página inicial do blog;

3- Abre e ativa a extensão (Auto Refresh) em todas elas;

4- As páginas vão atualizando de forma automática, no tempo mínimo para gerar "acesso" ao blog;

5- O contador de acessos do blog identifica cada atualização de página como acesso e contabiliza;

6- O blogueiro recebe milhares de "acessos" falsos, faz o print e divulga, dizendo que todo mundo acompanha ele.

Simples. E, assim, o povo e os empresários são enganados, seguindo o blogueiro, acreditando que ele é "famoso". Mas existem ferramentas que mostram a verdade. Ainda bem que várias plataformas de sites e blogs já bloqueiam este tipo de atividade!

Então, muita gente achou que ser blogueiro era fácil, dava uma boa grana e decidiu trabalhar com notícias. Isso criou uma enxurrada de blogs, de todo jeito, sem a mínima qualidade de conteúdo e com textos sem ter, sequer, a língua portuguesa escrita da forma correta. Isso pode ter causado o "emburrecimento" de muita gente que acreditava e confiava em determinados blogueiros.

Com esse grande número de blogs, somado à necessidade de informações em tempo real e de forma mais pessoal, muitos blogueiros migraram para o Instagram, levando parte do seu público a seguir seus perfis na rede social. O problema é que não existia tanta gente para seguir o perfil do blogueiro, já que a maioria dos acessos nos blogs era falsa. Uma alternativa seria "comprar" seguidores em sites especializados neste negócio. Assim, chegariam aos 50 mil, 100 mil seguidores muito rápido.

E como saber se o blogueiro está com essa "bola toda", ou se continua iludindo o povo?

Hoje, aplicativos que analisam perfis de redes sociais ajudam a identificar quem tem este engajamento real (curtidas, comentários e compartilhamentos) e quem não tem. Basta digitar o perfil do Instagram que já aparece toda a movimentação e o percentual de engajamento, mostrando se os milhares de seguidores realmente acompanham o blogueiro.

Vamos a mais um exemplo fictício:

Um determinado blogueiro tem 100 mil seguidores. Quando o perfil dele é analisado, descobrimos que apenas 3% de todos os seguidores geram engajamento, curtindo, comentando e compartilhando as publicações do Instagram. Ou seja, apenas 3 mil interagem. E destes 3 mil, muitos o fazem de forma negativa, mostrando que pouquíssimas pessoas concordam com o blogueiro.

Veja o exemplo de um perfil real, com estas características:



Neste caso, o perfil analisado tem 117.048 seguidores, mas com a taxa média de engajamento de 3,34%. Ou seja, de todos os seguidores, aproximadamente apenas 3.910 estão interagindo, de forma positiva, ou negativa.

Poderíamos até pesquisar quem são os seguidores, se são perfis reais ou fakes, mas o Instagram permite que o dono do perfil deixe essa informação oculta, quando apenas ele tem acesso. Se não quer mostrar os seguidores, já é um forte indício de mutreta!

Resumindo, número de seguidores não é sinônimo de sucesso. Mas muitos ainda se enganam. Já imaginou quantos empresários patrocinaram um blogueiro por quantidade e não por qualidade? Sim, perderam bastante dinheiro e prejudicaram seus negócios.

É importante que esta análise seja feita para que o número de seguidores de um determinado "influenciador" não engane a população, nem os empresários que se iludem e acabam pagando para que suas marcas apareçam nestes perfis.

Não estamos afirmando que todos os blogueiros fazem isto, mas é importante analisar com muito cuidado todas as informações destes "influenciadores".